19 de agosto de 2015

Centro da Cidade Grande

No centro da cidade grande só tem o dia e a noite
No centro da cidade grande não tem sol nascendo
No centro da cidade grande não tem sol de pondo
No centro da cidade grande só tem dia e noite
No centro da cidade grande de noite é céu escuro
No centro da cidade grande não tem estrela
No centro da cidade grande as nuvens se misturam com poluição
No centro da cidade grande não dá pra formar nuvem de coração
No centro da cidade grande a criatividade não tem vez
No centro da cidade grande a arte é vista como crime
No centro da cidade grande, todo mundo é pequeno
No centro da cidade grande a poesia é descentralizada.
- Aline Nobre

18 de agosto de 2015

Saudade

Saudade não tem tradução
De forma alguma tem tradução
Não se traduz pra idioma algum
Não se traduz de jeito nenhum

Saudade pode ser muita coisa
Pode ser "eu te amo"
Pode ser "volta pra mim"
Pode ser também "eu não te quero mais aqui"

Tem saudade de pessoas
Saudade de coisas
Saudade do que já passou
E saudade do que nunca foi

E ainda tem a saudade que é tudo isso junto
Quando não sabemos o que sentimos,
Só sabemos que sentimos
E chamamos de saudade.

Saudade é a palavra sem tradução
Pra sentimentos que não se traduzem
Saudade tem um quê de ilusão
Saudade é inquietude.

- Aline Nobre

21 de julho de 2015

18 de junho de 2015

Poema de Esperança.

O cacto suporta o verão inteiro verde,
mesmo que grande seja a sua sede.
A mãe espera sempre o filho na janela,
mesmo que ele demore e já seja hora da novela.

O torcedor ver o jogo até o final,
mesmo quando seu time desde o inicio se dá mal.
A professora dá sua aula té o fim,
mesmo quando os alunos estão "nem aí".

O menino espera sempre a surpresa no natal,
mesmo sabendo que o Papai Noel não é real.
A garota apaixonada espera uma declaração,
mesmo sabendo que o garoto é um bobão.

Algo os faz acreditar...

E a chuva vem pro cacto
E o filho em casa chega
E o time ganha o campeonato
E o aluno aprender anseia
E o menino ganha o presente
E a garota uma poesia
E mesmo que o medo exista,
a esperança cria.

É aquela chama
que brilha na escuridão
É aquela brisa
que sentimos no calor do verão
É aquela dúvida:
"Eu arrisco ou não?"
É aquela fé:
"Meu Padim Ciço, me abandona não!"

É a esperança
que habita em cada coração.

- Aline Nobre

27 de maio de 2015

AZUL


Diante de uma pergunta tão simples e comum:
"Qual sua cor favorita?"
Me veio a mente tantos pensamentos
Tantas ideias que você nem acredita!

Pensei "azul" de imediato
Mas não sabia motivo nem razão para tal escolha que já era verdade para mim
Às vezes fazemos escolhas em nossa vida
Sem nem imaginar que algum motivo para elas possa existir

Pensei "porquê azul?"
Porque não rosa ou lilás?
Será q há algo especial no azul
Ou é uma escolha "tanto faz"

Pensei, pensei
E encontrei explicação
Eu gosto do improvável, imprevisível
Daquilo que não tenha muita razão

Então gosto de azul

A água não deveria ter cor
Mas os oceanos são um imenso azul
O céu é o infinito vazio
O vazio é azul.

O azul é maioria
Ele é tudo que vai além
As maiores coisas são azuis
Será que Deus é azul também?


- Aline Nobre

CASINHA NO SERTÃO

Eu quero uma casinha no sertão
Pra eu sentar com meu moreno no alpendre nas tardes de verão.
Na minha casinha no sertão tem que ter
Um balaço de pneu para sempre gostinho de infância no quintal haver.

Na minha casinha no sertão vai ter cavalo,
Cachorro, vaca, coelho e (pra me acordar de manhãzinha) um galo.
Na minha casinha no sertão vai ter jardim.
Quero cactos, mangueiras, rosas e jasmins.

Eu quero uma casinha no sertão com cheiro de natureza.
Cheiro de mato, de fruta e de terra pra espantar das segundas-feiras as tristezas.
Na minha casinha no sertão 
Vai ter um banquinho no meio do jardim pra com o meu moreno, eu sentar, cantar e tocar meu violão.

- Aline Nobre

11 de março de 2015

Sou Construção em Andamento...

Não sou mais aquele "eu"
Sem motivo aparente mudei
Não sou mais aquele "eu"
Outra pessoa virei

Às vezes quem sou não sei
Meus gostos mudaram tanto
Às vezes quem sou eu sei
Isso me causa espanto

Às vezes sinto falta de mim
Do "eu" que eu era antes
Às vezes sinto alívio de mim
Sou tão mais eu nesse instante

Eu mudo constantemente
Nunca serei eu totalmente
Sou construção em andamento
Feita de cada momento.

- Aline Nobre

28 de fevereiro de 2015

Soneto da Certeza

 A gente é tão bom junto
A gente se completa
Que bom que nos encontramos
A poetiza e o poeta

Quando estamos juntos
As flores ganham mais cores
Quando nos abraçamos
Desaparecem todas as dores

Pra vida fazer sentido
Tínhamos que acontecer
Fui feita pra você!

Nossos caminhos se encontraram
Para caminharmos juntos até depois do fim
Você foi feito pra mim!

25 de fevereiro de 2015

Clara Valente.

Clara Valente é uma cantora e compositora carioca que eu encontrei por acaso no Instagram, mas que me encantou por completo logo que comecei a conhecer seu trabalho.


Sabe quando você já gosta da música apenas com a introdução instrumental? Pois foi assim. Logo que ouvi a canção "Pra Te Encontrar" não consegui mais parar de ouvi-la.

Em 2013, Clara lançou o álbum "Mil Coisas" com 10 canções, sendo a maioria autoral. Neste álbum ela fez também a regravação da canção "Feminina" de Joyce Moreno que foi sucesso nos anos 80.

Suas músicas são uma mistura da tradicional música brasileira, Bossa Nova, com outras infinidades de ritmos dançantes e contagiantes.

Confira aqui o clipe de "Pra Te Encontrar":


Em suas músicas ela explora bastante o universo feminino com seus anseios e paixões, como na canção "Mil Coisas" que pode ser a trilha sonora da vida de qualquer mulher, pois é impossível não se identificar com seus versos, como "Posso tentar ser outra/ Mas não vou viver em paz/ Posso fingir ser uma/ Mas eu sei que não me satisfaz".

Além da música de qualidade, ela é uma artista bem acessível e um amor de pessoa com seus fãs.

Você pode encontra-la:
No Facebook, clicando  AQUI
E no Instagram, clicando AQUI

E ainda pode curtir todas as suas músicas no soundcloud, clicando AQUI

Espero que se encantem com o trabalho dela tanto quanto eu.

Até mais.

19 de fevereiro de 2015

Velhice.

Eu estava caminhando na rua, quando me deparo com uma cena pouco comum; um senhor de uns 70 anos sentado na calçada brincando com um vídeo game portátil. Aquilo me chamou tanta atenção e me passou logo pela mente que na velhice voltamos ser crianças.Mas me fez pensar também em como somos sempre os mesmos. Somos aquela criança assustada. Somos aquele adolescente que só se importa em se divertir com os amigos. Somos aquele jovem inconformado com o sistema. Somos aquele adulto que não consegue pensar em outra coisa a não ser em como pagar as contas no fim do mês. Somos aquele idoso carente por alguém com quem conversar. Somos sempre os mesmos, o que muda é como nos mostramos para o mundo em cada fase da vida. O que muda são as nossas prioridades. O que muda são as nossas vaidades. Coincidentemente é na infância e na velhice que temos tempo de sobra, que não podemos sair para ver nossos amigos, que não somos tão cobrados por fazer o que queremos. É na infância e na velhice que mais somos nós, porque só temos a nós.
- Aline Nobre

2 de fevereiro de 2015

Aceito!

Tenho me tornado o tipo da pessoa que aceita. Aceito o café sem açúcar, mesmo sem gostar. Aceito a reclamação sem motivos, só pra agradar. Aceito ir ao cinema com os amigos, mesmo sem gostar do filme. Aceito não ter reconhecimento algum, mesmo me esforçando pra ajudar. Aceito tomar coca-cola, mesmo que eu goste mais de guaraná. Aceito ajudar em algum trabalho, mesmo não tendo tempo nem pra mim. Aceito a pizza de calabresa, mesmo preferindo a de frango. Aceito ir na supermercado, mesmo querendo ficar em casa. Aceito a luz acesa a noite, mesmo não conseguindo dormir. Aceito ser a segunda opção, mesmo dando sempre a preferência. Aceito a vida insípida, mesmo tendo todos os sonhos do mundo.

- Aline Nobre

14 de janeiro de 2015

As Sombras...

As sombras minhas que te escondo
São sobras minhas que ainda vivem
E sobrevivem ao entardecer de cada dia
A espera da noite que me traz alegria
Pois como não estás aqui
Foi ela que me sobrou
E a lua? Ah a lua me iluminou - sem deixar sombras (nem rimas).

- Aline Nobre