2 de janeiro de 2014

Gritos Silenciosos

“Gritos silenciosos ecoam em minh’alma
Haverá um dia alguém que grite tanto quanto eu?
E que ninguém consiga ouvir os gritos
Como não ouvem os meus?

Encho-me de nada
Haverá outro alguém tão cheio de nada assim?
Que transborda todos os dias
Que pensa que é o seu fim?

Sinto-me só no meio da multidão
Haverá alguém assim tão sozinho?
Cercado de gente
E que mesmo sendo flor se sente espinho?

Invento tanta coisa que chego a acreditar
Será que alguém consegue fazer o mesmo?
E até quando sente dor
Em alegria transformar?

Vivo na intenção de morrer
Haverá alguém que pense desta maneira?
Que reconheça como eu que do ser que somos para o nada vamos
E consiga mesmo assim viver sem perder as estribeiras?

Escrevo as dores alheias
Será que alguém faz o mesmo?
Guarda suas dores dentro de si
E expõe as dos outros pois das suas sente medo?”

— Aline Nobre

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