Ela, jornalista, jovem, amante do dia, da correria, em busca de conhecimento, querendo saber tudo de todos. Ele, vigilante, tambĂ©m jovem, amante da noite, da calmaria, em busca de justiça, querendo proteger a tudo e a todos. Se encontraram em uma das esquinas da vida, logo quando o sol ia se pondo, passando do dia para a noite, do perĂodo dela para o dele. Ele adiantado em serviço, ela se atrasou em voltar para casa. Se olharam fixamente por um instante. Naquela hora ela quis conhecĂŞ-lo e ele quis protegĂŞ-la. Olhares cruzados na pressa do anoitecer, logo mudaram de visĂŁo pro outro nĂŁo perceber. Dobraram em ruas opostas e a noite ficaram com a lembrança. Ela pensava: "Quem Ă©s tu vigilante, que minha mente habitara?" e ele: "volta aqui jornalista, deixa eu te proteger". A partir daquele encontro, todos os dias ela passava naquela esquina, querendo vĂŞ-lo de novo, e ele todas as noites ficava a espera da jornalista, ansioso para vĂŞ-la novamente. Mas ele nunca mais adiantou-se, ela nunca mais atrasou-se, eles nunca mais se viram, e sĂł de inspiração para versos um do outro serviram. Seus horários eram outros, suas vidas diferentes, e se um dia por acaso se virem de novo, nada será diferente.
- Aline Nobre
7 de março de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Humm.. Gostei :)
ResponderExcluir