15 de janeiro de 2017

Perdoa o transtorno, mas eu não vou fazer reforma.

Moço, é que eu tenho esse coração que não cansa de acreditar no amor.
É que eu sofro de borboletas no estômago e carrego esse fardo.
Não é por querer que eu sou assim; é por sentir.
Ontem eu fechei a porta, mas cê sabe que meu peito é frouxo, basta dizer "tô de volta".
Me liga ou manda recado, que eu desmarco mais uma vez o cinema com as amigas,
Só não me deixa sem notícias, porque minha cabeça tem mania de inventar estórias de quem não tá por perto.
Tua saudade eu bebo, feito bebida amarga que se toma abandonada num bar de esquina,
Sozinha e calada, até pareço tá legal.
É que eu que gosto das tuas chegadas, nunca vou impedir as tuas saídas.
Você é livre e eu sou louca, louca de vontade de te perceber com a boca.

Perdoa o transtorno, mas eu não vou fazer reforma.

- Aline Nobre e Joyce Elayne

13 de janeiro de 2017

8 de janeiro de 2017

Cais

Me renovo a cada dia
a cada hora me revelo um pouco mais
me engano com quem sou e com quem fui
nunca sei onde é meu cais.

Eu vivo em alto mar
no mar de mim.

Aline Nobre, Quando quem fui, quem sou e quem serei não são a mesma.

7 de janeiro de 2017

Caixinha de Segredos



Eu vou te jogar na minha caixinha de segredos.
Nela você vai encontrar:
Frases de Frida,
filmes de Guerra,
noites de amor.

Eu vou te jogar na minha caixinha de segredos.
Nela vai ter de tudo:
Canções de Chico,
jornais antigos,
noites de dor.

Eu vou te jogar na minha caixinha de segredos.
Ela é cheia de partes de mim:
Fotos de infância,
sonhos de criança,
o cheiro do meu cobertor.

Eu vou te jogar na minha caixinha de segredos.
Você vai ver coisas que jamais mostrei:
Uns versos sem rima,
histórias com primas,
ações sem pudor.

Eu vou te jogar na minha caixinha de segredos.
Mas, por favor,
tenta não fugir.
De todas as pessoas que nela tentei jogar

eu fui a única que permaneci.

- Aline Nobre, quando aparecem pessoas que valem a pena.

Habitar

Minhas mãos inquietas
Teimam em me revelar
Revelam que sinto, que amo
Revelam esse mal (ou bem) estar

Meu olhar indiscreto
Teima em me revelar
Revela desejos, anseios
Revela minha sede de amar

Minha voz um tanto trêmula
Teima em me revelar
Revela meus medos, inseguranças
Revela fraquezas que eu luto pra mascarar

Esse meu jeito manso
Teima em me revelar
Revela traços, coisas que carrego
Revela o que eu lutei pra me tornar

O meu toque teimoso
Teima em me revelar
Revela necessidade, carinho
Revela esse jeito torto de me expressar

Minhas ideias inesperadas
Teimam em me revelar
Revelam o que sou, o que penso
Revelam minha forma de habitar

Meu silêncio incomodado
Teima em me revelar
Revela aquilo que o sentimento grita
Revela o que palavras não podem expressar

- Aline Nobre, quando o EU pesa.

Pequenos Sacrifícios

Eu desci antes do meu ponto de ônibus pra caminhar com você
Eu fingi que ia passar na padaria para te convencer
Que não foi por você que andei 6 quarteirões

Eu pedi uma coca gelada preferindo cajuína
Eu bebi mesmo doendo o dente e inflamado minha gengiva
Para você saber que eu não pedi só por você

Eu dormi com a luz apagada tendo medo do escuro
Eu rezei bem calada pedindo uma luz no fim do túnel
Pra você não saber que eu não dormi foi por você

Fui pra praia, coloquei um biquini e fiquei horas no mar
Torcendo pra não morrer afogada porque eu não sei nadar
Pra você não saber que me arrisquei só por você.

- Aline Nobre, Pequenos Sacrifícios

Se Espalha



Quando o amor fraquejar
e alegria não ter
ouve o canto dos pássaros
tenta se convencer
que a beleza da vida
nasce no amanhecer
olha pra imensidão
acredita então
há vida pra viver

Espalha esse sorriso que é pra o mundo ver
que a vida é mais bonita pertinho de você
e quando houver pranto se deixe curar
pois quem tanto te ama, ao seu lado estará.


- Aline Nobre, uma canção para Ana.