Ontem
estava desperdiçando tempo no Facebook quando recebo uma notificação me
convidando para curtir uma página de textos autorais. Logo de cara havia uma
crônica que falava sobre o tempo, então li, gostei e vi que é de autoria de uma
mulher que conheço. Nós frequentamos alguns lugares em comum, temos amigas em
comum, temos ideologias parecidas, mas nunca havíamos entrado em uma conversa
de verdade, nunca passamos da linha dos bons modos e cumprimentos e eu então
por um impulso passei dessa linha e enviei uma mensagem: “Adorei tua crônica
naquela página do Facebook” e então começamos a conversar. Falamos de crônicas,
poemas e vida. Trocamos crônicas, poemas e vida. E foi ótimo.
Comecei
a pensar o quanto o cotidiano muitas vezes nos impede de conhecer gente nova e
de buscar novas experiências. O tempo, do qual ela falava em sua crônica,
sempre parece pouco pra o tudo que já temos e nos limitamos a ficar no mundo
que já conhecemos, porque é mais seguro. Já temos atividades programadas para o
dia todo.
Ao
mesmo tempo que nos fechamos pra essas novas experiências precisamos reconhecer
que tudo que conhecemos um dia nos foi algo estranho. Você nem sempre conheceu
a faculdade. Você nem sempre esteve nesse emprego. Sua melhor amiga nem sempre foi
sua melhor amiga. Você conheceu seu namorado ano passado. Você nem tinha essas
ideias uns anos atrás. Você nem mesmo morava na mesma casa. Tudo foi estranho
em algum momento.
Nossa
vida é feita de antigos estranhos.
Quando
nos abrimos, mesmo que seja um pouquinho, pra qualquer coisa (ou pessoa) que
ainda não conhecemos, nós abrimos espaço pra um futuro-antigo-estranho que pode
vir a ser um presente em breve. Tenho buscado fazer essa experiência há algum
tempo e tem me proporcionado muitas surpresas boas, eu recomendo.
Você
pode começar indo ao cinema sozinha, indo a um show de algum artista local que
você não conhece, fazer algum curso que você nunca pensou em fazer, sentar na
praça ou simplesmente dar um sorriso pra quem senta do seu lado no ônibus. Olhe
para os lados e descubra o quanto a vida pode te surpreender.
Você
pode ser o antigo estranho na vida dos outros também.
Aline
Nobre (29/05/2017)
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