28 de março de 2019

policromática

você disse que gosta de olhos que têm gosto de perigo os meus olhos te convidam à segurança e a calmaria do meu peito como foi que te encarei por tanto tempo e achei que tu me enxergava enquanto você ria, me acenava e ia embora sem afeto como explicar que nossos olhos se cruzaram tantas vezes se eu sempre fui a vidraçaria pela qual tu avistava outros rumos eu, sem cores tu, uma aquarela de desejos meu...

8 de março de 2019

[sobre o oito de março]

eu nunca fui de seguir o papel que me foi imposto pela sociedade parece que veio de nascença o desejo de ser tudo aquilo que disseram que eu não podia eu fui menina quieta, calminha assim como manda o protocolo mas eu também jogava futebol de travinha todo santo dia com os meninos da minha rua eu fui tímida e reprimida do jeito que o sistema gosta mas de mim saía faíscas de que eu podia...

28 de fevereiro de 2019

Uma voz serena

Dona Francilene morava sozinha numa casa muito simpática na rua da Prefeitura, perto o Bar da Erivanda, mas eu não a conhecia e nem tampouco tinha ouvido falar nada sobre ela. Aconteceu que eu fui tocar violão numa missa de domingo, como faço de costume, e ela estava lá. Ela era uma dessas senhoras...

18 de janeiro de 2019